Sociedade debate programa família acolhedora em MT
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Além da presidente e do coordenador da iniciativa, a mesa de autoridades foi composta pelo secretário de Estado de Trabalho e Assistência Social, Valdiney de Arruda, pela secretária-adjunta de Segurança Pública Marilyn Rondon, pelo promotor de justiça José Antônio Borges, pelo juiz da 1ª Vara Especializada de Violência Contra a Mulher de Cuiabá e presidente do Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual contra a Criança e o Adolescente, Jamilson Haddad Campos, pelo secretário-adjunto de Assistência Social e Desenvolvimento Humano da capital, César Vidotto, e pela representante do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Comissão da Infância e Juventude da OAB-MT, Lindacir Rocha Bernardon.
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Maria Erotides falou ainda das graves consequências do acolhimento institucional e asseverou: “Colo de mãe é sagrado e não existe colo de mãe em abrigo”. A desembargadora convidou a neta Mariana Kneip Almeida Macedo para ler o relato de um pai acolhedor de São Paulo, que contou a experiência com o pequeno Samuel (leia aqui).
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Na sequência, o juiz auxiliar das CGJ-MT Luiz Octávio Saboia apresentou a família acolhedora. O magistrado falou sobre a preocupação da atual gestão com a infância e juventude e revelou que foram instituídos indicadores nessa área, constantemente monitorados pela Auditoria de 1ª Instância do Foro Judicial. “Fazer mais do mesmo significa obter os mesmos resultados. O que queremos é mudar a trajetória de vida fazendo algo diferente”, conclamou.
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O magistrado ponderou que a família acolhedora não deve ser um atalho para a adoção e que casos como esse devem ser a exceção. “Devemos buscar sempre o melhor interesse da criança e do adolescente”, disse. Ele pontuou ainda os objetivos específicos do serviço:
– Propiciar o acolhimento em ambiente familiar, garantindo atenção individualizada e convivência comunitária, permitindo a continuidade da socialização da criança/adolescente;
– Reduzir o tratamento padronizado, que atualmente é dispensado nas unidades de acolhimento de crianças e adolescentes, proporcionando cuidados individualizados em ambiente familiar;
– Garantir a crianças e adolescentes a convivência familiar e o acesso à rede de políticas públicas, ainda que através da medida de proteção;
– Contribuir para que crianças e adolescentes tenham seus direitos garantidos;
– Preservar vínculos com a família de origem, salvo determinação judicial em contrário;
– Apoiar, quando possível e viável, o retorno da criança e do adolescente à família de origem, reduzindo as violações dos direitos socioassistenciais, seus agravamentos ou reincidência;
– Desinstitucionalizar crianças e adolescentes.
E para fechar, relacionou as vantagens da iniciativa, que: oferece espaço familiar; mantém a criança na comunidade; proporciona o desenvolvimento de relações estreitas com a família de acolhimento; possibilita à criança continuar vinculada e identificada com a família biológica; pode haver a inclusão da família biológica na proteção da criança; pode oferecer apoio na transição para a vida adulta.
O debate teve início após a apresentação. O promotor José Antônio Borges disse que o modelo da família acolhedora é interessante e tem a função de evitar o acolhimento institucional. Contudo, ele vê como dificuldade o fato da família ser de passagem e não poder adotar. “Tenho uma certa resistência à iniciativa. Meu medo é: como deixar uma criança durante aproximadamente dois anos em uma família e depois transferir para outra?”, questionou. O juiz Jamilson Haddad destacou a responsabilidade humana que o programa representa e afirmou que certamente contribuirá para a redução dos índices de violência contra esse público.
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A audiência contou ainda com a participação de magistrados e cidadãos de Juara, Chapada dos Guimarães, Poxoréu, Alta Floresta e Mirassol D’Oeste. A sessão foi transmitida em tempo real para todo o Estado. No encerramento, Luiz Octávio Saboia observou que primeiro grande desafio quando se fala em acolhimento familiar é mudança de cultura. E a corregedora Maria Erotides deixou uma reflexão: “A família que exigir a adoção para acolher não é a família ideal para o programa, porque o amor é incondicional, ele deixa ir. Você cria um filho para ficar com você o resto da vida ou o prepara para o mundo?”, questionou.
A apresentação do magistrado Luiz Octávio Saboia está disponível na íntegra, aqui.
Ana Luíza Anache | Fotos: Chico Ferreira (Agência F5)
Assessoria de Comunicação CGJ-MT
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